segunda-feira, abril 25, 2005

Sporting: "Campeão do pirolito"


Naquela altura (47/48) o campeonato iniciava-se em Setembro. Na jornada inaugural os “leões” deslocaram-se à Tapadinha para defrontar o Atlético, tendo vencido por 1-4. Era o início de uma caminhada triunfante até ao título. No final da primeira volta, depois da derrota no Lumiar por 3-1 frente ao Benfica e do desaire frente ao Porto (4-1), o Sporting seguia em segundo lugar, atrás do Belenenses.
Na 21ª jornada Sporting e Belenenses defrontaram-se numa partida electrizante que havia de terminar empatada a quatro bolas, dando ao Benfica a possibilidade de se isolar na liderança.
Em Maio o campeonato estava ao rubro. O Sporting necessitava de vencer os eternos rivais por mais de dois golos de diferença. Nessa altura o homem que comandava os “leões” era Cândido Oliveira, um acérrimo defensor da causa benfiquista. Vendo a sua competência e dignidade postas em causa pelos dirigentes leoninos da altura, o treinador do Sporting prometeu “vingança” no lugar certo e…cumpriu! Naquela tarde, no Campo Grande, a magia de Peyroteu soltou-se a tempo (algumas horas depois o jogador sofreu um ataque de reumatismo) e o “violino” sportinguista tocou uma melodia de encantar, marcando 4 golos. Resultado final: 4-1.
Após o jogo, Cândido demitiu-se. Mas, sensibilizado pelo pedido de desculpa dos líderes leoninos, acabou por voltar atrás.
Foi assim que o “dentista de Gandhi”, como orgulhosamente contava, comandou os destinos do Sporting até à jornada final, onde se sagrou campeão com os mesmos 41 pontos do Benfica. Aquele golo “a mais” valeu o título e, por isso, se chamou ao Sporting o “campeão do pirolito”.