UMA NOVA ÉPOCA SE AVIZINHA, A LEI DO BASTÃO SERÁ A MESMA?
A época que hoje se inicia parece ser bastante prometedora para os defensores da legislação imposta em 2004.
A famosa Lei 16/2004, que serve o propósito de adoptar medidas preventivas e punitivas em caso e manifestação de violência associadas ao desporto, começa finalmente a tomar contornos de aplicabilidade nas nossas curvas. Agora sim, mais do que nunca, iniciou-se a fase da repressão.
Já no final da época transacta os incidentes do jogo entre Benfica e Porto parecem ter acordado os (ir)responsáveis que tomam as rédeas do poder, de tal forma que os grupos de apoio à equipa encarnada foram impedidos de utilizar o seu material coreográfico, bem como de realizar qualquer tipo de coreografia mais elaborada. Esta proibição estendeu-se aos grupos de adeptos das equipas visitantes e até a estádios vizinhos, nos quais se verificou a caricata situação de no “Dia das Claques”, alguns grupos serem privados de utilizar o seu equipamento sonoro.
No jogo entre Braga e Vitória de Setúbal os ultras do Braga mostraram uma tarja onde se podia ler “Arbitragens em Portugal=Vergonha”. Atentando à liberdade dos adeptos, a PSP teve mais uma vez uma postura indigna ao tentar retirar a faixa aos adeptos.
Na final da Taça de Portugal, calhou a vez aos ultras do Belenenses, que após terem elaborado a sua coreografia, foram forçados a encontrar uma alternativa às cerca de oito mil bandeiras que já tinham preparadas, devido a restrições de segurança impostas pela FPF. A mesma FPF que foi responsável pelo reduzido número de bilhetes distribuídos entre os dois clubes participantes. E para que não caia no esquecimento, relembramos mais uma vez a má actuação da polícia aquando da entrada dos adeptos sportinguistas no estádio do Jamor.
Já na pré-época, após os incidentes no jogo entre Leixões e Vitória de Guimarães, assistiu-se a um comportamento discriminatório da SAD de um dos clubes envolvidos relativamente à sua claque organizada, sendo que a mesma tem agora a sua existência em risco devido ao facto de não estar legalmente organizada.
Estes são apenas alguns exemplos, que servem para recordar a nossa indignação perante a “lei da repressão”. A nossa postura permanece inalterável, desde 12 de Setembro de 2004, dia em que decidimos traçar o nosso rumo, independentes e livres: NÃO À LEI 16/2004.
Esta Lei não serve nenhum propósito senão o controlo apertado da liberdade dos grupos ultra, castrando o seu irreverente espírito de iniciativa e diminuindo o seu peso na vida e destino dos clubes. É discriminatória e repressiva. Além disso, funciona unilateralmente, já que apenas são cobradas as responsabilidades dos adeptos e grupos organizados e não as dos clubes. Onde está a “redução tarifária” que permitiria a “presença paritária nas bancadas, assegurando a dimensão familiar do espectáculo desportivo”?
As consequências desta estúpida lei começam agora a ser visíveis aos olhos de um maior número de ultras. Não se trata de um problema exclusivo dos ultras verdes, ou dos encarnados, ou dos azuis, ou seja de que cor for. É algo que afecta todas as curvas nacionais. É altura de dizer BASTA!
O futuro avizinha-se negro. Tememos que a repressão se vá fazer sentir cada vez mais, não só a nível da censura de entrada de material nos estádios, mas também ao nível da discriminação comparativamente ao adepto comum, sem nunca esquecer a forma como somos tratados pelas forças de segurança.
“Ultras, um alvo a abater!”
Será este o lema para 2007/2008?...
BRIGADA - Ultras Sporting
17 de Agosto de 2007