domingo, janeiro 29, 2006

lamps 1 - SPORTING 3


Um sábado para ficar na memória! Depois de uma semana em que choveram críticas à equipa leonina, o Sporting deixou bem claro dentro das quatro linhas que o título vai estar em disputa até ao fim do campeonato.
A concentração dos adeptos leoninos começou bem cedo, em Alvalade, por volta da uma tarde. A saída havia de acontecer umas horas mais tarde, por volta das 17h.
O cortejo decorreu sem problemas de maior, sempre em grande animação, não se tendo a registar nenhum problema de maior importância com adeptos adversários.
A chegada à luz, por seu lado, foi demonstrativa, mais uma vez, da má organização das forças de segurança. Não se compreende como é que um país que serviu de palco à organização de uma competição tão importante como o Euro2004, denota ainda deficiências graves de cada vez que se disputa um jogo classificado de “alto risco”. Como resultado desta má gestão, resultaram longas esperas por parte dos adeptos leoninos, num clima de irritação crescente pela inépcia das forças responsáveis por fazer escoar os adeptos para dentro do estádio.
Já dentro do estádio, os grupos leoninos presentes juntaram-se cantando quase sempre em uníssono, silenciando por completo os adeptos da equipa adversária, sobretudo no segundo tempo. Aliás, o desempenho da equipa do Sporting não foi de forma alguma indiferente ao espectacular apoio que vinha das bancadas. Curva Sporting em grande!
De lamentar apenas nesta noite mágica, o elevado preço dos bilhetes. Quarenta e três euros é, de facto, insustentável, mas como já diz o ditado: não faças aos outros... Acaba então, este preço estúpido, por ser uma paga daquilo que os adeptos encarnados sofreram em Alvalade na primeira volta. Fica assim, mais uma vez, à atenção de quem manda nestes cenários, de fazer algo para mudar o rumo tenebroso para que caminha o nosso futebol. É pena é que se nivele o preço dos bilhetes pelo valor mais junto ao tecto do (in)admíssivel para a carteira dos portugueses e não se tenham em consideração os exemplos positivos do Restelo ou até mesmo do Dragão.
Para a história ficam os 3-1, sempre memoráveis e com o gostinho especial da vitória ter sido na Luz.

OH LÁ LÁ, O SPORTING É O MELHOR QUE HÁ!

domingo, janeiro 15, 2006

NÃO TE CONFORMES...

Como é do conhecimento geral, o passado fim-de-semana ficou marcado pela realização do PUN. O sucesso do mesmo pode ser avaliado mediante diversas escalas, desde a mais óbvia, como seja o número de grupos aderentes, ou por uma outra que medirá as reais e futuras repercurssões que terá no panorama ultra nacional, a médio e longo prazo.
Mais do que o impacto que teve a nível dos media, o PUN deverá ter tido o condão de despertar consciências para os reais problemas que nos afectam. Mais do que isso até, deveria ou deverá ter servido para que nos apercebamos de que é possível agir em consonância, independentemente do grupo a que se pertence. Embora este protesto tenha surgido de forma semi-desorganizada, deverá ter sido uma luz ao fundo do túnel, que nos mostra que é possível sermos cada vez mais interventidos, organizando acções de protesto cada vez mais planeadas e organizadas, de forma a que o seu impacto seja cada vez maior.
Neste sentido, a Brigada exibiu uma tarja no início do jogo no Restelo onde se podia ler LEIS REPRESSIVAS; PREÇOS ELEVADOS; HORÁRIOS IMPRÓPRIOS; NÃO TE CONFORMES! PROTESTA! SEMPRE!”.
Fica assim mais uma vez marcada a nossa posição contra os males que afectam o futebol actualmente.
Realce-se ainda a atitude dos responsáveis do Belenenses, que apesar do momento difícil que atravessa a sua equipa, não se coibiram de colocar os bilhetes à venda a preços acessíveis (10 euros), mesmo depois dos seus associados terem pago 25euros para assistir ao jogo da primeira volta. Um exemplo (raro) a seguir.

domingo, janeiro 08, 2006

Jornada de protesto!


Embora ainda faltem disputar a maioria dos jogos referentes à 17ª jornada da Liga e Liga de Honra e como tal seja ainda precoce avaliar o sucesso da iniciativa, o fim de semana fica indubitavelmente marcado pela organização do Protesto Ultra Nacional.
Apesar da não aderência de alguns, foi bem notório que a maioria das claques e grupos organizados de adeptos existentes conseguiram discernir, no meio de toda a polémica gerada ao longo da semana, sobretudo no que toca à forma como surge o protesto, que aquilo que importa é, de facto, AGIR!
Os estádios continuam vazios, os preços praticados continuam exorbitantes, as leis cada vez mais repressivas!
Apesar de não sermos uma claque oficialmente reconhecida, consideramo-nos um grupo organizado de adeptos, ULTRAS, e como tal, não pudemos ficar indiferentes a esta iniciativa. Juntamente com a frase foram elaborados também durante a semana autocolantes contra a Lei da Repressão, que serão mais uma forma de protesto.
Consideramos que a frase escolhida não terá sido a mais feliz, daí que tenha sido exibida uma outra frase, já inúmeras vezes utilizada por vários grupos, mas com a qual nos identificamos mais: “Ultras contra o Futebol Moderno”.
Mas que futebol moderno? Não se trata aqui de tomar uma posição radical e revivalista condenando tudo o que é actual, ficando presos ao passado. Batemo-nos sobretudo por quatro pontos que assumem o primeiro lugar numa escala de prioridade em termos de questões que urgem ser resolvidas.
A começar pela repressiva Lei 16/2004, que condena antes de julgar. Onde está o conceito de “presumível culpado”, se à partida não há inocentes? Porquê ter de se estar registado nesta ou naquela instituição apenas porque se quer apoiar o clube? Como diz um estandarte bem conhecido das nossas curvas “Nem santos, nem criminosos...”. Antes de ser ultras somos todos nós cidadãos nacionais, sujeitos às Leis em vigor. Quem prevarica é julgado e se considerado culpado, cumprirá a pena que o destino traçou. Não conseguimos entender o porquê de um ultra ser julgado de forma diferente ou de precisar de uma Lei especial que se adapte só a ele. Afinal, o dano causado por atirar uma cadeira para o relvado é o mesmo quer ela seja atirada por ultra ou por um adepto dito “normal”... Porquê sermos sujeitos a uma legislação específica e à partida extremamente repressiva?
E já que falamos de legislação e regulamentos, falemos do preço dos bilhetes. A criação de um preço máximo para os preços dos bilhetes pela Liga foi, no mínimo, ridícula, já para não a apelidar de ofensiva para todos os amantes de futebol. 60 EUROS?! Mas 60 euros para ver o quê? No primeiro jogo após a entrada em vigor desse regulamento os adeptos do Sporting pagaram esse mesmo preço para ver o seu clube contra a Académica, no estádio de Taveiro, numa bancada amovível, em que nem sequer existia um WC.


Desde então os elevados preços dos bilhetes têm sido uma prática comum e tornou-se tão corrente, de tal forma que o fenómeno já é visto com um conformismo assustador pela maioria dos adeptos.
Pior ainda é verificar como os próprios clubes não respeitam a sua massa associativa, cobrando-lhes para além das quotas mensais, preços menos simpáticos nos jogos em casa, para já não falar naqueles que praticam a taxa de agravamento, caso o bilhete seja adquirido no dia do jogo.


Como se o elevado preço dos bilhetes não fosse suficiente, os ultras e adeptos ainda têm de se sujeitar ao horários extremamente flexíveis a que está sujeita a I Liga. Jogos de sexta a segunda, jogos que terminam quase à meia-noite. Este ano até uma jornada a meio da semana existiu, dificultando de sobre maneira todos os ultras que se quiseram deslocar para apoiar a sua equipa. Consequências? A mesma de sempre: ESTÁDIOS VAZIOS! Ponham os olhos no exemplo inglês! Jogos quase sempre à tarde. Esta é a terceira época em que o Sporting joga em Alvalade, e contam-se pelos dedos de uma mão os jogos em que não foi necessário recorrer à iluminação artificial.
A tudo isto junta-se um futebol cada vez mais podre e minado por arbitragens duvidosas, dirigentes corruptos, polémicas e controvérsias infindas.
E mesmo com tudo isto, os “delinquentes ilegais” das claques e outros grupos organizados continuam a percorrer quilómetros atrás do clube do seu coração, contando os tostões para ir ver a bola, tentando sobreviver... Ainda nos querem reprimir mais?

quarta-feira, janeiro 04, 2006